terça-feira, 12 de maio de 2009

Loser Art

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(Uma lembrança de tempos não tão distantes.)

Reflexo

Voltei ao escritório após o almoço, deixei minhas coisas sobre a mesa e olhei para a tela do PC por um momento.

Sacudi a cabeça desapontado e fui ao banheiro.

Lá, mirei-me no espelho, bem no fundo dos olhos.

"Ninguém disse que seria fácil..."

domingo, 25 de janeiro de 2009

Conversa de boteco (?)

Aguilar toma um gole de cerveja e suspira.

- Tô mal.

- Por que?

- Acabei de descobrir algo a meu respeito.

- E o que foi?

- Eu não sou socialmente aceitável.

- O que?

- Socialmente aceitável.

- E o que isso quer dizer?

- Que eu não me enquadro nos padrões normalmente aceitos pela sociedade.

- Bobagem. Ficar seguindo moda é coisa de gente sem personalidade.

- Não, não é nesse sentido. O que eu quero dizer é que eu não consigo agir de uma forma que seja aceitável pela sociedade.

- Dá pra você explicar isso melhor?

- É assim: Eu sou alheio à maioria dos assuntos comuns na vida das pessoas. Não manjo nada de impostos e taxas, carros, futebol, plantas, viagens...

- Isso não é assim tão grave.

- Não, é sim. Eu sou um perdido, também. Mesmo morando nessa cidade faz tempo, consigo me perder indo para qualquer lugar. Não conheço muitos lugares para sair, não vou ao cinema. Nem sei ir direito para as cidades vizinhas...

- Você não acha que tá exagerando um pouco?

- Nada... Ninguém ouve as bandas de que eu gosto. Não vou à shows, nem fico sabendo quando eles acontecem. Ninguém lê os mesmos livros que eu. Não assisto TV, estou por fora de todos os seriados que passam. Nunca tenho assunto pra conversa. Não manjo nada sobre leis, sejam elas trabalhistas, direitos do consumidor... Não sei nada sobre doenças nem remédios. Tô sempre por fora do noticiário.

- Muita gente é assim, pô.

- Mas ainda não acabou. Tõ sempre viajando. Ouço tudo o que os outros falam, mas se pedem minha opinião não sei o que dizer. Sei lá, nem mesmo as coisas mais simples... Veja você, não sei andar de bicicleta, nadar ou assobiar. Também não manjo nada sobre metragem de terrenos, seguros ou financiamentos. Se meu carro der pau, não sei nem identificar o problema.

- ...

Aguilar vira mais um copo, agora com o olhar fixo.

- Todos os meus amigos e conhecidos têm planos pro futuro. Todos têm ambições profissionais. Eu não tenho plano nenhum, nem sei o que fazer da vida amanhã, quanto mais daqui a cinco anos... Não consigo me concentrar em nada, minha cabeça está sempre cheia de merda o tempo todo. Aliás, nem amigos eu tenho. Estou sempre sozinho, ninguém se interessa pelo que eu digo, ninguém mais bebe comigo...

- Ô Aguilar, são dez e meia.

Aguilar olha em volta, meio desconcertado. Era o Miltão, o dono do bar.

- Hã?!

- Preciso fechar o bar.

Ele olha ao redor mais uma vez. Está sozinho ali.

- Ué... Peraí, cadê o cara que tava aqui comigo?

- Que cara, rapaz? Faz quase quatro horas que você tá sentado aí sozinho, bebendo e olhando pra essa propaganda da Skol. Aliás, tua conta ficou trinta reais.

Aguilar olha para a mesa: dois copos, doze garrafas vazias. Ele baixa a cabeça e suspira outra vez.

- Putz... - murmura, segurando uma miserável lágrima.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

2008 - 2009

2008 chegou ao fim.

Antes de centrar por completo todas as atenções em 2009, acredito que seria bom dar uma olhada para trás e refletir sobre o que aconteceu durante os 366 dias deste período que passou, e que com certeza merecerá um capítulo especial caso algum dia eu resolva escrever uma biografia.

Foi um ano de muitos problemas, todos de origem interior. O pior inimigo do homem é ele próprio, já que ninguém mais pode destruir um espírito a não ser o seu dono. Muito tempo desperdiçado com pensamentos inúteis e decisões erradas. Muito estresse sem uma razão realmente justificável. Muita acomodação ao invés de aproveitar as inúmeras chances para crescer, em todos os aspectos. Muito egoísmo, com os outros e comigo mesmo.

Dois grandes arrependimentos: Jogar fora todo um esforço que vinha dando resultados cada vez mais visíveis e animadores por causa de um revés que, olhando agora, não merecia tanta atenção, no sentido de que poderia ser facilmente trabalhado e mesmo contornado. E a maneira como me portei com pessoas que realmente poderiam ter evitado que tudo isso acontecesse. Pessoas que estavam sempre ali, próximas, e que nunca se negariam a ajudar. Bastaria apenas pedir.

Foi necessário ter um colapso para enxergar tudo isso.

Enfim, foram muitos erros. Muitos mesmo. Alguns puderam ser reparados, outros ainda poderão, e há aqueles que são irremediáveis.

Mas também vieram coisas boas. Alegrias. Poucas no sentido de quantidade, mas inigualáveis quanto ao seu significado. E inesperadas. O que me faz acreditar: tudo aquilo que deve acontecer acontece. Basta esperar, confiar – e saber o momento de tomar uma atitude.

Em resumo: de um falso paraíso para o inferno, a volta para o mundo dos normais e finalmente a chance de seguir em frente com as melhores perspectivas possíveis.

Adeus, 2008. Bem-vindo, 2009.