segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mudança de significado

É admirável como uma mesma palavra é capaz de conduzir alguém de um extremo ao outro, provocando reações e sentimentos completamente opostos.

Há algum tempo atrás, tal palavra despertava uma reação negativa. Desânimo, desinteresse, vazio. Fazia com que tudo ao redor se tingisse de cinza.

Agora, a mesma me faz sentir vivo, como nunca antes nada fez. Tudo se torna azul, e passa a fazer sentido.

Claro que não se trata só de palavras. As circunstâncias, os sentimentos, tudo é diferente. Mas não dá para deixar de lado o simbolismo e a coincidência que estão envolvidos.

Dúvidas e inseguranças? Ainda existem. Mas agora sua origem é outra. E desta vez vale a pena encara-las até o fim.

Que venham.

Ouvindo agora: The Bangles - Hazy Shade Of Winter

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Conversa velha

Essa semana reencontrei algumas pessoas que não via faz algum tempo - quase um ano, nos casos mais graves. Depois dos cumprimentos habituais, necessários para reestabelecer (ao menos em parte) aquela atmosfera de camaradagem de outrora, invariavelmente vem a pergunta:

- E o que você conta de novo?

E invariavelmente respondo:

- Ahh... nada.

Em todas as ocasiões foi exatamente assim. Nenhuma novidade para contar. Continuo com os mesmos costumes, hobbies, atitudes, etc... de antes. Não conheci pessoas novas, não fiz novos amigos, não visitei outros lugares.

Depois, parei para pensar e cheguei a uma conclusão no mínimo perturbadora: Sempre, desde os tempos em que ainda morava em sampa, foi assim. Nunca existiu "nada de novo" para contar. Eram sempre as mesmas coisas.

Mas isso é ridículo. Quer dizer, então, que estou estagnado? Parado no tempo? Dias, meses e anos se sucedem, e enquanto todos os outros seguem em frente eu continuo basicamente no mesmo lugar? Não pode ser.

Mas é. E a percepção desse fato foi um enorme desapontamento.

Decidi que tenho de mudar, nem que seja em algo trivial, básico. Uma mudança qualquer. E tem de ser logo, pois daqui a pouco já não haverá mais tempo nem espaço para isso.

Não pode ser TÃO difícil. Todos mudam, a todo momento. Basta querer e seguir em frente. Uma vez dado o primeiro passo, os demais ocorrerão naturalmente.

Assim espero.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

E pra onde foi a criatividade?

Sempre gostei de ler, e ainda mais de escrever. Mas nunca achei tão difícil encontrar inspiração para escrever como agora. Nem mesmo criar uma história (ou estória, como queiram) medíocre eu estou conseguindo, e não é por falta de tentativa.

Tentativas, aliás, foram muitas. Nestes últimos dois meses calculo que foram mais de cinqüenta. A maioria não passou das primeiras duas frases. As mais duradouras tiveram dois parágrafos.

É claro que existem alguns artifícios aos quais se pode recorrer – como tomar umas e outras, por exemplo. Mas além de ser um método que não dá resultado garantido, também pode ser perigoso. E além do mais, até mesmo para isso é preciso inspiração.

Será a falta das saídas noturnas? Do convívio com os amigos? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas o fato é que, como eu não pretendo deixar isto aqui virar um cemitério, continuarei tentando. Quem sabe o que pode acontecer amanhã?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Abençoado Álcool

Experimente dar àqueles que seguram tudo...

Que guardam tudo para si...

Que nunca dizem nada aos outros...

Experimente dar-lhes o álcool.

E verá como tudo vem à tona, furiosa e impetuosamente.

Não se arrependa de fazê-lo, seja em qual lado da equação estiver.

Se para alguns é assim que funciona...

Que assim seja, ao menos de vez em quando.

Não se torne dependente dele.

Mas use-o quando realmente precisar,

Pois somos todos humanos.

E que aqueles que não sabem o que são...

E que não são capazes de dizer o que pensam quando sãos...

Preferindo mentir, enganar, confundir ou atiçar...

Sejam honestos consigo mesmos, ao menos uma vez.

Abençoado álcool, santo remédio.

FIM.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Reflexo

Em um momento de pura raiva, daqueles em que se tem vontade de destruir tudo o que estiver pela frente, encontrei um espelho no caminho. Parei e olhei bem fundo nos meus próprios olhos.

Fiquei ali, por uns três minutos. Foi uma experiência interessante, para dizer o mínimo. As idéias mais estranhas me ocorreram naquele momento, e tudo em volta pareceu assumir uma atmosfera meio surreal.

Espero ter a oportunidade de tentar outra vez, algum dia. Mas não farei se tiver uma faca por perto.

Edit

Esse post foi escrito originalmente no dia 19, mas por alguma razão, não cheguei a publicá-lo. Também não apaguei. Apenas deixei-o lá, como um rascunho.

Hoje (23), ao acessar o blog, resolvi acrescentar esse extra e postar, pois tentei fazer a mesma experiência, sem o mesmo resultado. Acho que só funcionaria em uma circunstância extrema, como da primeira vez.

Mas seja qual for a ocasião, continuo recomendando que ninguém se olhe em um espelho quando existir alguma arma por perto, caso não esteja plenamente são.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

26...

- ...e o que você fez até agora? - pergunta-me a voz.

- Sei lá - respondo.

- Que desperdício.

Pausa.

- É. Também acho...

Nova pausa.

- Vamos sumir? - pergunta-me (novamente) a voz.

- Pode ser. Pra onde?

- Sei lá. Pense você.

- OK.

E então, eu penso.

E penso.

E penso mais...

E acabo por cair no sono.

Um olhar resignado.

- Lamentável, jovem.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Segunda-feira

Como é boa a vida no ambiente de trabalho.

Os problemas "dos outros" são de todos nós. E os "nossos"... são só nossos, mesmo.

Em outras palavras, enquanto não estiverem com o seu na reta, ninguém tá pouco ligando para o que acontece em volta.

E ainda pedem um pouco de "boa vontade" para que as coisas funcionem direito.

É, o começo de semana não podia ter sido melhor.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quem é vivo...

Hoje encontrei o blog no google, enquanto procurava umas imagens. Dois meses sem escrever nada aqui. Decidi checar se ainda me lembrava da senha.

Parece que sim.

sábado, 22 de março de 2008

Nada mais

São poucas as coisas que fazem sentido, às vezes.

Mas isso também não importa muito, agora.

Tudo é uma grande besteira que não leva a nada.

Portanto, que se dane.

Não adianta continuar insistindo, quando o melhor é parar.

Desistir de tudo, de uma vez.

Existem muitas maneiras de fazer isso.

Para as mentes convencionais, só ocorre uma.

Para as mentes que não se limitam ao lógico, ocorrem milhares.

E todas elas piores do que o simples morrer.

Porque condenam a seguir sem um propósito.

Caminhar pelo vazio, sem um significado.

Jamais acredite que sabe tudo sobre os sentimentos, sobretudo dos outros.

Só o dono da dor sabe o quanto ela dói.

E só ele pode saber o que é passageiro e o que não é.

Quem não for capaz de entender algo tão simples...

Ao menos saiba respeitar o que sentem os demais.

E deixe que eles vivam morrendo em paz.

segunda-feira, 17 de março de 2008

E agora...

Tudo começa aqui.

Agora o ciclo chegou realmente no final. Os últimos compromissos relacionados foram devidamente cumpridos. Não restou mais nenhuma ponta solta.

Ou então, pode-se dizer que as últimas amarras foram cortadas. Não há mais nada de "sólido" para manter tudo unido, para manter as coisas como têm sido até agora - fato esse que traz à tona a necessidade de se tomar uma decisão.

Uma decisão que precisa ser baseada naquilo que foi construído em torno do pilar central ao longo do caminho, já que o pilar em si já não existe mais. E a construção propriamente dita foi imperfeita, irregular, cheia de altos e baixos e pontos de sustentação duvidosos. Não é tão frágil como essas palavras podem fazer parecer, mas ao mesmo tempo não tem tanta firmeza assim para ser considerada confiável.

O tempo para a tomada da decisão é curto. Muito mais curto do que qualquer um pode imaginar. Como de praxe, algumas escolhas são mais fáceis que outras, mas ao mesmo tempo não apresentam nenhuma garantia de conforto para o espírito.

...

Em um raro momento de lucidez ao escrever isso, percebo agora (talvez fosse melhor dizer que mesmo já tendo percebido antes, eu admito agora) que todos têm seus próprios problemas para cuidar, e que os nossos problemas são insignificantes para os demais.

Para ser mais exato, essa é a forma correta de se pensar e de agir. Deveríamos antes de tudo pensar em nós mesmos. Acertar nossos ponteiros e nosso rumo antes de olhar para fora e ver no que podemos ajudar os demais, visto que teoricamente só alguém que está em paz consigo mesmo pode fazer algo de útil e verdadeiramente significativo por alguém. E ainda assim, somente quando tal auxílio for solicitado.

Mas uma coisa é escrever. Outra, bem mais complicada, é falar. E mais difícil ainda é agir. Alguns podem até falar em nosso favor. Mas ninguém pode agir em nosso lugar.

No final, tudo se resume a isso: coragem.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Amigos

Domingo. 16 horas e 23 minutos.

Em uma mesa de bar, um sujeito toma um copo de cerveja enquanto assiste a um jogo de futebol na televisão. Nisso chega o Diego, seu grande amigo, e o cumprimenta.

- E aí? Tudo beleza?

- Opa.

Depois de cumprimentar também o dono do bar, Diego pega outra garrafa de cerveja, um copo e senta-se ao lado do sujeito.

- Cara, ontem foi foda, hein? Eu trinquei de tanto tomar. Que dor de cabeça.

- É, tava da hora o negócio.

- E você? Tá de boa, ou tá na ressaca?

- Sossegado.

- Eu nem sei que horas cheguei em casa.

- Eram cinco e meia.

- Nossa. Eu só sei que capotei lá no meio do quarto. Nem lembro como que eu entrei.

- Pulando o muro. Você pensou que tinha perdido a chave.

- Foi, né? Putz cara, que merda. E ela tava...

- ...no bolso interno da sua jaqueta.

- É.

Passou-se um momento de silêncio.

- Ué, como você sabia?

- Eu que te levei até a sua casa, te ajudei a pular o muro e vi quando a chave caiu do seu bolso.

- Nossa... Eu nem lembrava disso. Foi mal, véio.

- Nada. Você é meu amigo, porra.

Mais uma pequena pausa.

- Mas como tinha mulher lá, hein? Eu falei que ia lotar. E só tinha mina da hora. Até as meninas tavam lá. A Mariana, a Lucia, a Paula...

- É.

- O Nelão se deu bem. Filho da mãe. Ele catou uma pá de mulher. Eu cheguei em várias, mas tomei um fora atrás do outro. Só depois de uns dez foras que eu catei uma mina lá. Depois dessa, eu dei sorte com mais umas duas.

- Eu vi.

- E você? Catou alguém?

- Nem...

- Mas também, porra, você não chega na mulherada! Assim não tem como.

- Eu sei disso. Mas eu sou meio mané pra esse tipo de coisa.

Outra pausa, desta vez para encher os copos novamente e pedir mais uma cerveja.

- E a Mariana? Você devia ter chegado nela. Você não me falou que gosta dela desde o primeiro ano? Era a tua chance!

- Um cara chegou nela antes.

- Sério? Que bosta!

- Normal.

- Mas eu te falo uma coisa, você precisa arriscar mais. Tipo, é que nem eu te falei: eu levo um monte de fora, mas to sempre ali tentando. Vai que numa dessa eu conheço uma mina legal? Apesar de que ontem eu só lembro da primeira que eu beijei. Depois, eu tomei tantas que nem lembro da cara das outras.

- A loira que caiu na pista de dança.

- Fala sério! Eu catei aquela loira?!

- Catou.

- Putz! Ela beijou uma pá de nego lá! Mas também, ela tava tão chapada que era só chegar junto e catar. Mas a mina era bonita. E até impressionante uma mina tão gata dando mole desse jeito.

- Pode crer.

- E a outra, você viu também?

- Vi.

- Era da hora?

- Eu achei.

- Eu lembro mais ou menos... Só sei que ela era meio loira e ria pra caramba. Devia tá muito doida.

- E tava mesmo.

- É por isso que eu te falo, essas baladas são as melhores. Não fica aquele monte de pivete, e lota de mulher da hora. Fora as coroas gatas que vão. Você só precisa começar a chegar junto.

- Já disse, eu não tenho muito jeito pra isso.

- Nem precisa de jeito! Tá todo mundo lá a fim de divertir e pronto. De mais a mais, chega uma hora que a mulherada acaba ficando fácil. Você não viu ontem? Até o Menta pegou mulher.

- Uma baixinha. Gostosa pra caramba.

- É, né? Eu lembro! Ele ficou a noite inteira xavecando a mulher! (Risos). Provavelmente ele vai colar aqui depois. Eu vou zoar ele.

- Um-hum (o outro concorda com a cabeça, enquanto toma um gole de cerveja).

- Tá certo ele, é por aí mesmo. Vai por mim. Eu até entendo esse lance que você diz, de querer achar uma mina legal e tal... Eu também penso assim, mas não dá pra ficar só nessa. Você tem que se divertir mais, seu mané.

- Quem sabe...

De repente, o rosto do Diego se ilumina.

- Ah! Me lembrei! Eu acho que eu peguei o número daquela última mina lá. Eu lembro que eu perguntei o telefone dela e ela me passou... Apesar de que eu não sei se é de verdade. Eu te falei, ela tava rindo pra caramba, era capaz de estar me zoando.

- É de verdade sim.

- É? Como você sabe?

- Eu tenho também.

- Ela te passou?

- Passou.

- Aí, campeão!!!! Agora eu senti firmeza!!!! Eu anotei aqui como “loira” porque eu não eu não tava conseguindo salvar na memória, não lembro o motivo. Ainda não me acostumei com esse celular novo... Qual que é?

- 9... ...2.

- É esse mesmo. Peraí que eu vou arrumar... Putz, eu devia ter perguntado o nome dela.

- Se quiser, eu te falo.

- Você perguntou?

- Nem precisei. Eu já sabia.

- Como?

- Sabendo, ué.

- É? Então, fala aí.

- Mariana.

- Sério? Tá me zoando!

- Não.

- Que coincidência...

Mais um silêncio. Desta vez, um pouquinho maior que os anteriores. Diego franze a testa enquanto tenta se lembrar de alguma coisa. Ele checa o número de novo.

- 9... ...2... Esse número não me é estranho...

De repente, ele se lembra. E fica mudo. Depois de cerca de dois minutos, ele fala:

- Ah, peraí. Não pode ser. Era... “A” Mariana?

- Um-hum (o outro toma mais um gole de cerveja).

Diego olha seu amigo de lado. Este está concentrado no jogo.

- Cara, nem sei o que te dizer... Olha, foi mal, de verdade. Juro. Me desculpa.

- Pelo que?

- Como assim? Por ter catado a Mariana!

- E por que você tem que pedir desculpa pra mim?

- Mas você não falou que gosta dela faz uns dois anos, já?!

- É verdade. Só que ela não gosta de mim.

- Como você sabe?

- Sabendo.

- Mas você já falou com ela?

- Nem precisa.

- Mas mesmo assim, é foda. Eu tava muito chapado...

- Relaxa. Você quis, ela quis, e pronto.

Diego ficou quieto. Pensou consigo mesmo:

“Porra. Que merda que eu fiz... Bom, ele teve a chance, não teve? Podia ter chegado junto antes. Eu não fiz nada de errado... Apesar de que nem foi por querer. Não é possível que a Mariana não me reconheceu. Mas sei lá, ela também tava ruim pra caramba...”

Porém, a idéia de que ele tinha beijado (e beijado MESMO) a menina de quem seu amigo gostava - e ainda por cima na frente do mesmo - deixava-o muito mal. E agora? Como ficaria a amizade deles?

O outro tomou o resto da cerveja. Não demonstrava nada fora do seu jeito normal de agir. Quando o primeiro tempo do jogo terminou, levantou-se.

- Eu vou dar linha. Amanhã tem prova de Direito Trabalhista. É melhor dar uma estudada, minha média tá uma droga.

Diego se levantou também.

- Ah, tá... Viu, deixa que eu pago as brejas, belê?

- Eu pago. Você não tem nada na carteira.

Diego abriu a carteira. Estava vazia.

- Mas como isso?!

- Ontem, você perdeu seu dinheiro lá na balada, e só descobriu na hora de ir embora.

- Porra! Eu não lembrava disso! Como foi que eu paguei a comanda?

- Eu paguei a minha e a sua. Depois a gente acerta.

O outro pagou as cervejas e despediu-se do dono do bar. Voltou para cumprimentar Diego.

- Falou, véio. Até amanhã. Se cuida.

Entrou no carro e foi embora.

“Amigo é pra essas coisas”...

Obs. Nomes modificados para não deixar a história muito óbvia (pra quem sabe do fato original).

segunda-feira, 10 de março de 2008

Desiludidos

No começo tudo parecia claro. Sabíamos o que queríamos. Tínhamos confiança de que algum dia o nosso propósito iríamos descobrir e alcançar. Sabíamos com quem queríamos estar, e pensávamos que esse sonho poderia se realizar.

Agora não sabemos mais o que queremos. A confiança se foi com os inúmeros propósitos incertos pelos quais nos deixamos enganar. Ainda sabemos com quem queremos estar, mas agora também sabemos que esse momento nunca irá chegar.

Só o que nos resta é escrever... Até a razão nos abandonar.

sábado, 8 de março de 2008

A perda e o álcool

O sentimento de perda começa com uma premonição, semelhante a um calafrio daqueles que percorre o corpo sem razão aparente. Mas é uma sensação momentânea e não lhe damos a devida atenção.

Depois vem o mal-estar antecipado e inexplicável. Olham para nós e perguntam: "O que foi?"

"Não sei" é a invariável resposta. Mas o subconsciente já sabe, sim. Apenas não faz nenhum alarde até que seja o momento certo.

E finalmente... o raio. A descarga elétrica que atinge o alvo com precisão, e cuja capacidade destrutiva é devastadora. Não é preciso nem perguntar. Não é preciso averiguar. Sabemos que foi assim. O inevitável tem que acontecer. A única dúvida era a respeito de quando seria.

O que sobrou? Ruínas. E Dúvidas.

"Quanto tempo vai levar até limpar esta bagunça? Poderemos construir novamente nesse terreno? A estrutura ainda pode ser utilizada? O solo já não está muito castigado?"

Mas antes de tudo temos de limpar a área. Retirar os vestígios do que existia antes. Tragam a equipe de limpeza.

E ela vem. Vai lavando o entulho aos poucos. As primeiras doses do trabalho servem para aliviar o peso que desabou sobre os ombros. As próximas começam a misturar as sensações e as lembranças. Está fugindo da realidade.

Mas pelo menos nesse momento, pode fazer isso. Ninguém vai julgá-lo por isso.

E as doses se multiplicam... Junto com elas, também vão descendo pela goela as dores, a tristeza e o arrependimento. Vai subindo a sede de auto-flagelação. Mas também vem um alerta disparado por alguém lá no fundo.

"Por hoje já foi o suficiente. Os escombros maiores, resultantes do impacto inicial, já foram removidos. O perigo de um acidente mais grave já passou. O restante será recolhido com o tempo. Pode dispensar a equipe de limpeza."

"Mas a presença dela é reconfortante. Eu não quero parar agora. Deixe-a ficar um pouco mais aqui comigo."

"Não é aconselhável. Ainda há muito o que fazer agora."

"Você não disse que por hoje já foi o suficiente? O que mais preciso fazer, a não ser ficar aqui e esquecer?"

"Ainda é preciso recolher os seus restos, coloca-los no carro e leva-los para casa. Ninguém fará isso por você, lembra-se? Está sozinho, como sempre. Deve cuidar de si mesmo."

Silêncio.

Sim, é verdade. Como antes, é preciso fazer o caminho de volta no escuro, sem ajuda de uma lanterna.

"Caminhar no escuro... Guiar no escuro... O que nos aguarda durante o percurso? Espíritos? Fantasmas? Buracos na pista? Caminhões parados?"

Para descobrir, só seguindo em frente.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Pensamento do dia

Devemos sempre esperar qualquer atitude de qualquer pessoa, sem exceções. E, se um dia a facada vier, não devemos evitá-la e sim usar a cicatriz como lembrança para dar forças na hora do revide.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A prisão

O homem constrói sua própria prisão.

Dentro desta prisão, os primeiros a cair são seus instintos de liberdade e combatividade, os responsáveis por impedi-lo de se acomodar. E eles se revoltam contra a passividade e o conformismo. Mas são sufocados pela inércia. Enfraquecem. E terminam por sucumbir. Entram em um estado de coma profundo, do qual talvez jamais despertem.

Por que ele faz isso? Por que o homem, voluntariamente, mantém seu espírito enjaulado em uma câmara de tortura?

Porque é mais fácil assim.

Quando preso, ele tem a desculpa perfeita para não agir. Está algemado e atrás das grades; logo, será incapaz de tomar uma atitude. Não precisa enfrentar de frente os desafios, não precisa temer a possibilidade de fracassar e de ter que começar de novo, do zero.

Está acomodado. E tenta consolar a si mesmo com a idéia de que não é sua culpa, já que está preso.

Uma prisão na qual o bom comportamento prolonga a pena ao invés de diminuí-la. Onde uma possível (mas já então improvável) revolta seria a chave da libertação, e não motivo para uma punição.

O homem que constrói sua própria prisão e se tranca nela foi vencido por sua covardia. Alguns nascem com o intuito de dominar, outros não são tão ambiciosos. Mas ninguém nasce com o intuito de sucumbir. Isso se aprende com o tempo, quando a pressão se torna maior do que o frágil espírito pode suportar.

E é mais fácil se sujeitar a viver conformado e derrotado em uma cela confortável, com regalias e garantias, do que escapar e lutar dia após dia contra o desafio do incerto, de cabeça erguida, sorrindo.

Ouvindo agora: Linkin Park - Runaway

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pequenos gestos...

...como guardar alguma coisa que nos foi dada de forma banal, sem um propósito especial.

Para os outros, parece uma bobagem sem sentido.

"Por que você tá guardando isso?"
"Que coisa mais nada a ver."
"Aff, não acredito!"
"Ah, fala sério..."

Para nós, tem um valor especial. Um valor simbólico, muito maior do que se pode imaginar.

E de repente perdemos tudo de uma só vez.

Não por causa de más intenções dos outros, e sim por desconhecimento. Usam aqueles objetos sem saber o que realmente significavam. E não adianta substituí-los, jamais serão os mesmos.

Até quando estou longe, sem saber o que está acontecendo, eu perco. E era assim que tinha de ser.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A difícil tarefa de se levantar após a queda

O momento em que aquilo que parecia certo se torna errado é extremamente doloroso. É como se o mundo desmoronasse, envolvendo-nos em um redemoinho de desorientação e de dor, provocados pela queda repentina.

E o mais difícil vem a seguir, quando somos forçados a encarar a dura realidade e levantar. “Bem vindo ao mundo real, campeão.” Andar sobre os escombros já e difícil em condições normais, quanto mais entorpecidos pelo impacto do tombo. Recorremos aos meios mais diversos para (tentar) esquecer: a bebida, a escrita, a violência, o sono. As lágrimas, enquanto ainda não tiverem se extinguido por completo, também ajudam a aliviar a dor.

Como disse uma pessoa que tenho em alta conta: Quantas vezes vamos precisar passar por isso na vida?

Não faltará quem ofereça uma palavra de consolo, nem quem diga que é necessário seguir em frente, quando muitas vezes o que desejamos de verdade é o silêncio da compreensão, sem censuras e sem julgamentos. Ninguém pode saber a extensão da dor do outro, por mais que tenha passado por situação semelhante. O tempo, mais que as palavras, será o maior responsável pela cura.

Alguns irão se recuperar mais rapidamente, e logo partirão para uma nova tentativa. Outros sofrerão por mais tempo, apegando-se a recordações tão queridas e ao mesmo tempo tão dolorosas. E também há aqueles que jamais vão se recuperar, ficando irremediavelmente perdidos em sua angústia. Tudo vai depender de quão grande era a esperança – sempre ela, sempre ELA – depositada naquela... “Cartada”, por assim dizer.

Afinal, não é a vida um jogo? Um jogo em tempo real, onde estamos sempre apostando nossa saúde, felicidade e até mesmo nossa sanidade a todo momento?

Este post é dedicado a um sujeito que eu, apesar de (ainda) não conheer pessoalmente, já considero como um grande amigo. Espero que ele consiga se levantar de seu tombo, sem ter quebrado muitos ossos emocionais.

Ouvindo agora: David Guetta feat. Chris Willis – Love is Gone

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Aqueles que dormem e aqueles que correm

"Aqueles que agora dormem... Têm a consciência de que viveram intensamente. Sabem que aproveitaram cada momento. Fizeram tudo aquilo que puderam, e por isso descansam para recuperar as forças.

Aqueles que agora correm... Têm a consciência de que deixaram a vida passar. Sabem que desperdiçaram os momentos que poderiam ter vivido. Não fizeram aquilo que podiam, e por isso se apressam na busca por uma segunda chance.

Aqueles que agora dormem... Possuem a experiência adquirida pelo convívio. Tiveram bons amigos e vivenciaram suas paixões. Conheceram outros lugares, passaram por diversas situações e por isso se deitam tranqüilamente, contando com a sabedoria do amadurecimento para enfrentar o amanhã.

Aqueles que agora correm... São inexperientes pela falta do convívio. Não cultivaram amigos nem viveram as paixões que poderiam ter vivido. Isolados em seu mundo, não conheceram nenhum outro lugar nem passaram pelo inesperado e por isso correm desesperadamente, imaturos diante de cada obstáculo que surge.

Aqueles que agora dormem... Não tem pressa de acordar. Por já estarem calejados sabem o quão valioso é o prazer revigorante do sono, e sabem também que nada é tão urgente que não possa esperar. Por causa isso, não se levantam enquanto não sentirem que já repousaram o suficiente.

Aqueles que agora correm... Sempre acordam com pressa. Dormiram demais quando deveriam estar vivendo, e agora tentam viver o máximo que puderem quando deveriam estar dormindo. Pela urgência em tentar aproveitar cada segundo, se levantam sem ao menos um pouco repousar.

Aqueles que agora dormem... O fazem com alívio, pois conheceram os diferentes pólos das emoções ao passarem por momentos felizes e momentos tristes. Esse é um valioso aprendizado que permanece para sempre, de maneira que ainda hoje, mais do que nunca, podem sorrir diante de suas alegrias e chorar por suas mágoas.

Aqueles que agora correm... O fazem com angústia, pois viveram indiferentes por tempo demais e não trabalharam a plenitude de suas emoções. Como não sabem lidar com elas, não conseguem rir com naturalidade nem possuem lágrimas para derramar, e não terão chance de aprender a fazer isso por não poderem parar.

Mais do que nunca, aqueles que agora dormem têm muito do que se orgulhar, pois já viveram e aprenderam muito e podem dormir sem com o tempo se preocupar.

E aqueles que agora correm têm muito do que se lamentar, pois não viveram nada e terão de entender que o tempo que passou não vai mais voltar."

Este texto surgiu na minha cabeça enquanto eu pensava em uma pergunta que me fizeram. Era alguma coisa mais ou menos assim: "Como você consegue dormir tão pouco e continuar nesse ritmo de sair toda hora?"

E então eu percebi que existe uma diferença muito grande entre aqueles que podem dormir tranquilamente em um sábado à noite e aqueles que se forçam a estar sempre em algum lugar, fazendo alguma coisa. Uma triste diferença.

Ouvindo agora: Salif Keita - Tomorrow

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Esperanças e erros

Muito bem. Depois de um assunto mais ameno, agora vamos ao que realmente interessa.

O ser humano erra. Não há nada de anormal ou espetacular nisso, pois como bem sabemos, ninguém é perfeito. E são justamente os erros cometidos ao longo do caminho os responsáveis por fornecer a sabedoria e experiência necessárias para que possamos chegar aos acertos.

Contudo, enquanto alguns erram e aprendem com isso, outros erram e insistem no erro. E erram de novo. E de novo.

Qual é a explicação para esse fenômeno? Depende do ponto de vista através do qual olhamos para o assunto.

Vou deixar de lado o ponto de vista científico porque ele não me interessa nem um pouco. Creio que o maior responsável pela repetição do erro é aquilo que chamamos de esperança. Trata-se de um elemento X na equação da vida, cuja origem pode estar tanto na fé quanto na teimosia, e cujo valor e durabilidade variam de pessoa para pessoa.

Sob a ótica dos otimistas a esperança é o ingrediente que confere algum sentido para a vida. Enquanto existir algo em que se possa depositar esperança - amor, fortuna, sucesso - ainda haverá ao menos uma razão para continuar. Já sob a ótica dos pessimistas (ou desiludidos), a esperança é a luz que cega os olhos do indivíduo e o conduz ao erro, ao impedi-lo de enxergar o desvio certo, fazendo com que ele siga pela estrada errada.

Segundo um ditado popular, "Errar é humano, mas insistir no erro é tolice." Certíssimo. Mas infelizmente alguns de nós somos tolos. E indo mais longe, em certos casos essa tolice é incurável. Sob essas circunstâncias o tolo continuará cometendo o mesmo erro ao perseguir seu objetivo dia após dia. Ele provavelmente só se dará conta de que era impossível chegar ao destino quando tiver esgotado toda sua esperança. E no momento que isso acontecer não restará mais nada para convencê-lo a continuar na estrada, de forma que ele irá de encontro ao fim do caminho.

Afinal, seja a esperança "aquilo que dá algum sentido para a vida" ou "a luz que cega o indivíduo e o conduz ao erro", ela é responsável por seus erros e acertos. Ela é que o mantém na estrada, certa ou errada. E me vejo obrigado a lembrar de outro ditado popular para concluir a idéia.

"A esperança é a última que morre... Mas morre."

Ouvindo agora: Linkin Park - Don't Stay

Blogs & blogs

Aproveitando a sagrada hora da refeição, decidi empregar meu tempo livre navegando pela net ao invés da tradicional soneca. Fuçando no Orkut, encontrei duas ótimas comunidades para quem se interessa por blogs: Blogger Brasil e Eu tenho um blog. Além de eventuais dicas sobre como criar e manter um blog, também traz listas imensas de blogs dos membros da comunidade e discussões sobre os mesmos.

Aliás, entre essas discussões, existem muitas voltadas para questões como número de visitas, comentários, selos, etc. Isso me fez pensar: será que ninguém mais faz um blog apenas pelo prazer de escrever, sem ficar se preocupando com "o número de pessoas que está lendo os post", "as qualificações que meu blog recebe", "o número de gente que acessa meu blog" e por aí vai?

Existem os blogs que funcionam como "utilidade pública". São aqueles que trazem notícias, divulgam eventos, falam sobre problemas comuns e soluções para os mesmos... Muitos trazem o ponto de vista de uma pessoa (o dono do blog) sobre assuntos variados, como política, acontecimentos do cotidiano, livros, filmes, etc. Outros são usados como forma de divulgação de trabalhos dos autores, trabalhos estes que podem ser textos, poesias, fotos. E tem os blogs estilo "diário" (como este aqui), cujo conteúdo é predominantemente pessoal.

Seja lá qual for o tipo de blog, sempre imaginei que o "barato" da coisa estava em escrever pelo simples prazer de escrever. Mas parece que a maioria não pensa bem assim, e leva a coisa um pouco a sério demais...

Enfim, essa pode ser uma opinião bem fraca mesmo. Admito que comecei com isso faz pouco tempo. Mas é a minha opinião.

Ouvindo agora: Depeche Mode - Strangelove

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Mais papo furado

Quarta-feira é um dia bem sossegado para dar uma saída. Dificilmente os lugares estão cheios. A entrada no cinema é mais barata. E por ser bem no meio da semana, serve para quebrar um pouco o ritmo e ajuda a recuperar o ânimo para quinta e sexta. Pensando assim, após o expediente dei uma rodada por aí (a idéia original era caminhar um pouco antes, mas para variar choveu e tive que pular essa parte).

Sem ter definido um lugar certo para ir segui até a cidade vizinha, onde encontrei dois conhecidos em um bar junto com um pessoal amigo deles, e acabei parando. Os caras estavam lá desde as três da tarde, e já tinha nego num grau bem alto. Como não conhecia boa parte do pessoal ali fiquei mais na minha, só ouvindo os rolos e dando risada. Porque é impressionante o número de frias em que os caras entram por causa de mulher, bebida e futebol.

E fica mais engraçado ainda pelo fato de que é muito difícil alguém mentir depois de ter tomado umas e outras. Volta e meia tinha um que interrompia o que outro estava dizendo, botava a mão no ombro do amigo e falava "Olha, desculpa a sinceridade, mas essa mina aí bicho, é isso, aquilo...". Ou então começavam a se xingar por causa de uma briga que um tinha arranjado num jogo de salão, e todos os outros acabaram tendo que entrar. Fora que a maioria sempre tinha uma frase ou opinião "filosófica" digna dos melhores pensadores da Grécia. Impossível não descontrair diante disso tudo. Só faltou o violão.

Quando eu saí, um pouco depois das sete, a galera continuou no embalo e pelo jeito não ia parar tão cedo (eles queriam ver o tal eclipse da Lua). É bom isso, juntar uns amigos e desencanar de horários. O tipo de coisa realmente perfeito para uma quarta à noite.

Como já está virando costume, fui tomar um café em algum canto e fiquei rodando mais um tempo antes de voltar pra casa. Ainda era cedo, até daria para encostar o carro e dar uma andada, mas desencanei. O objetivo de clarear as idéias já tinha sido alcançado.

E chegamos a mais uma quinta-feira...

Ouvindo agora: Linkin Park - Somewhere I Belong

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A Sorte do Orkut

Acabei de chegar da rua e decidi dar uma checada no Orkut (a esperança é a última que morre. Morre, mas morre por último). E aí vi a minha sorte do dia:

Seus princípios valem mais para você do que dinheiro ou sucesso.

Engraçado. Foi a primeira vez que ele falou alguma coisa que realmente funciona a meu respeito.

Ouvindo agora: Fabio Mondego - Love Changes Sometimes

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sobre esses dias estranhos...

Todo mundo atravessa um período meio difícil de tempos em tempos. É até parte da natureza humana (acho eu) ficar um tanto desorientado às vezes sem que exista um motivo aparente para isso. Mesmo os mais otimistas passam por fases nebulosas. O que dizer então dos pessimistas?

Eu reparei que minha atual fase nebulosa está um pouco mais longa que o normal. Mais do que isso, ela está se encaminhando para um rumo diferente também. Antes eu ficava nervoso e revoltado, com vontade de quebrar tudo, e ficava com raiva muito fácil. Agora é o contrário. Eu me vejo mais calmo e conformado, desinteressado e com vontade de esquecer tudo e ir para longe. Muito longe.

Antes eu nutria sentimentos variados sobre um monte de coisas, pessoas e situações. Agora eu me concentro apenas em uma direção e não consigo tirá-la da cabeça. E ela vai sendo rodeada pelas idéias mais incomuns e às vezes até meio sombrias que eu já tive.

E ao conversar com algumas pessoas, eu notei que esse sentimento também é compartilhado por elas. Parece que muitos entre os meus (poucos) amigos estão envolvidos por sombras, dúvidas, desânimo... Em graus maiores e menores, mas indiscutivelmente envolvidos.

Daí eu me pergunto... Será que isso acontece por conta de algum tipo de influência anormal? Algo como uma "aura", tão forte em uma pessoa que acaba se extendendo para outras, mesmo que elas estejam à distância? Nunca acreditei nisso, mas também nunca acreditei em coincidências.

A verdade é que, desde o começo deste ano, todos aqueles ocm quem tive algum tipo de contato passaram por momentos ou situações que, se não foram exatamente ruins (como em alguns casos), podem ser classificados como "desagradáveis". Estarão os meus "fantasmas" assombrando outras vizinhanças?

Os dias e noites estão cada vez mais longos, inquietantes e angustiantes. E isso não é bom.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Uma volta no domingo

Domingo. O planejamento para o dia já estava bem definido: acordar cedo, dar uma volta a pé, ir ao shopping mais próximo comprar algumas coisas necessárias e ficar por lá a tarde inteira. De noite, outra volta a pé, e fim.

Porém, após uma noitada no sábado (com uma hora de bônus pelo final do horário de verão) você acorda às duas da tarde no chão, confuso, quebrado e fedendo a fumaça. Era uma vez o plano, e tudo levava a crer que seria mais um domingo enfurnado em casa.

Depois do almoço e de um banho, resolvi apelar para a internet, sem sucesso. Ninguém no MSN, orkut parado. Decidi pegar o carro e ir abastecer, para não ter de me preocupar com isso amanhã cedo antes do trabalho. No fundo, desculpa para sair um pouco e dar um rolê. Já eram sete da noite. E aí começou a chover. Peguei um CD e fui assim mesmo.

Antes de passar no posto, dei umas voltas pela cidade, aproveitando para tirar umas fotos. Nada de especial, só para passar o tempo. Parei numa padaria pra tomar um café e observar o movimento. Quando finalmente fui para o posto, encontro o Luizão, que não via faz tempo. Ele estava tomando umas com uns amigos e achava-se visivelmente chapado. Bateu uma inveja saudável.

Me veio então a idéia: tanque cheio, pneus calibrados, por que não esticar um pouco mais antes de voltar para casa? Dito e feito, segui para Nova Odessa, enrolei um pouco lá e daí fui pra Sumaré, sempre parando aqui e ali para fotografar alguma coisa. Mais relaxado, fui tomar outro café e dessa vez deixei o tempo passar, sem pressa.

Por aí já eram nove horas. Melhor voltar, pensei. Mesmo porque a pilha da câmera acabou, não dava mais para fotografar nada. Ainda assim, circulei pelas redondezas antes de voltar. Dirigir à noite, como sempre disse, é uma boa terapia, e é sempre bom conhecer melhor outras cidades. Já no caminho para casa tomei mais um café e comprei um novo baralho para a coleção, além de pilhas para a máquina.

Resumindo: esse domingo foi, de fato, um dia sem nada de especial. Mas serviu para que eu aprendesse que de vez em quando as coisas mais triviais, como uma simples volta de carro por aí enquanto se ouve um som, podem ser suficientes para afastar idéias ruins da nossa cabeça.

Fui.

Ouvindo agora: Alice in Videoland - Badboy

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Novo blog

Meu antigo blog fugiu totalmente do propósito para o qual foi criado. Decidi então fazer este aqui para assumir a função de blog pessoal.

O outro vai continuar, mas agora será dedicado exclusivamente à histórias losers.

Sem mais.